sábado, 22 de dezembro de 2001

Crônica das seis

Insônia é mesmo um problema. São cinco e meia e eu ainda desperto. E olha que faz tempo que me deitei. Era três horas quando voltei de uma breve andança pelos agitos da cidade, em busca do meu irmão, e antes das quatro badaladas do relógio eu já me punha à postos, à espera de Morfeu.

Não sei se não tinha teto, ou o endereço foi extraviado, mas os minutos foram se passando, formavam já uma hora; novos minutos a eles se juntavam, e nada do dito cujo aparecer.

Tivesse, no meu quarto, um daqueles relógios de ponteiros, antigo, com duas sinetas em cima, que faz um tique-taque infernal, diria que era culpa dele. Como não tenho, não há como culpá-lo. De fora, também, nenhum barulho.

O que estaria causando minha insônia? As preocupações são as mesmas de ontem, as alegrias, as frustrações, também; e ontem eu dormi sem mais demoras.

Quem sabe um livro não ajude o sono a vir. O que tenho à mão empolga: "Inculta e Bela 2", "História Concisa do Brasil", apostila do COC, "Meu Piano é Divertido" e "Olho Mágico".

Deve ser fome, afinal, escrever uma crônica sobre o Bandejão deve ser por causa da fome. Mas eu comi antes de deitar. E olha que nem foi ovo com salame, como minha refeição da madrugada de Quarta.

O que será que faz com que essa minoria insurreta que há dentro de mim não me permita dormir, apesar do corpo doído e da cabeça cansada?

Acho que sei! Estava esquecendo de pôr um ponto final neste dia 22. Bons sonhos.

Pato Branco, 22 de dezembro de 2001

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