quarta-feira, 9 de julho de 2003

O medo do ministro

Então o sr. ministro da fazenda Antonio "Malan" Palocci está preocupado com a CPI na Câmara dos Deputados para investigar os contratos firmados entre as telefônicas e a Anatel. O medo do representante dos mercados no governo é de que tal investigação soe como quebra de contrato e afugente os investimentos externos.
Gostaria de saber porque uma CPI nas telefônicas é desnecessária. Se a privatização já tem muita coisa escondida, o que dizer dos contratos em que são permitidos aumentos muito acima da inflação. Estaria certo o governo anterior e não passaria de pirraça infantil todo o barulho que um certo partido da oposição fazia?
O aumento da telefonia foi combatido com muito barulho pelo ministro das comunicações Miro "Marinho" Teixeira e defendido pelo ministro "Malan" Palocci e José Dirceu, membros do núcleo do petismo neoliberal. Resta a dúvida se o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, vai aceitar o pedido de CPI ou recusar, alegando falta de fato definido de investigação.
Controle de inflação, já nos ensina o ministro Palocci, se faz unicamente à base de juros altos, salários desindexados, corte de investimentos (tucanado como superávit primário), e não há contribuição dos preços controlados como telefone, pedágio, luz... Por falar em luz, assim como o Bush fez com que sentíssemos saudades do Bill, Lula parece estar disposto a fazer com que sintamos saudades de FCH. A contribuição impositiva para garantir o lucro das companhias de energia (tucanado como seguro-apagão) deixou de ser, para o PT, algo imoral e ilegal para se tornar necessária, tão necessária que o PT pretende torná-la permanente.
É isso a concretização das promessas de campanha que falavam em social e mudança de paradigmas?

Pato Branco, 09 de julho de 2003

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