segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Pré-relato de viagem

Seres, Ceres e Serafins,

Eis-me aqui novamente a vos encher a caixa de e-meio. Poderia prometer ser breve, mas como sei que não o serei, prefiro não prometer nada. Incomodo esta vez mais para avisá-los de que incomodarei mais vezes. Mas, calma! Não se trata de algo tão fatídico. Como muitos devem estar sabendo – e vários outros devem estar cansados de saber –, pois repito desde setembro a mesma ladainha, irei, acompanhado do meu irmão, desvendar novas terras – novas para mim e para ele, é bom deixar claro.

A idéia original era puxar as barbas do Fidel. Como sairia claro, decidimos um passei pelo cone sul, visitando Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai. Como faltaria tempo – nem cheguei a ver os custos –, optamos por algo más sensillo: Patagônia e Terra do Fogo. Tenho sérias pretensões de escrever, vez ou outra, relatos dessa viagem. Vontade tenho, mas não sei se terei tempo, meios materiais e condições psicológicas. Portanto, este e-meio serve de alerta: pode ser que vocês recebam e-meios com "relatos de viagem". Se não quiserem receber essas abobrinhas, podem me mandar um e-meio pedindo, ou então podem simplesmente bloquear o endereço, sem dó – já estou mandando pelo gmail para deixar essa possibilidade. Já se alguém estiver interessado em ver pingüim e passar frio conosco, é só mandar um e-meio que eu dou nossa coordenada e seguimos todos juntos rumo ao fim do mundo!

O roteiro da viagem é muito simples. Primeiro, Buenos Aires hermosa, que dizem não estar mais tão hermosa assim. Depois, Puerto Madryn e Península Valdés, ver pingüim. Daí, descemos um pouco mais, para ver mais pingüins, e assim vamos, descendo e vendo pingüins, até chegarmos em Ushuaia, já na Terra do Fogo. Dali subimos pelos oeste argentino, vendo morro, gelo e passando frio, até chegarmos em Bariloche, ou alguma cidade mais barata nas redondezas. Novamente Buenos Aires, comprar livros do Quino, e tomamos o caminho da roça. Serão cerca de 30 dias de viagem, mais de seis mil quilômetros, que faremos com a cara e a coragem. Coragem essa feita especialmente para a viagem, que atende pela alcunha de Visa, e nos dá a esperança de não passar nenhum grande aperto. Meu pai já me avisou: gaste somente se tiver necessidade. Ocorre que esqueceu de dizer que tipos de necessidades. Mas como sou um filho cônscio, não irei gastar em extravagâncias – até mesmo porque sei que o limite não me permitirá voltar para casa em carro próprio.

Antes que me cobrem fotos: esse departamento fica a cargo do meu irmão, chamado Fabrício, conhecido nas bocas como Gã, e doravante tratado como Phah. Se ele baixar as fotos em alguma página, alguma coisa do gênero, eu aviso; senão, sei lá – minha máquina ainda é das analógicas.

Bem é isso. Espero que a viagem seja tranqüila, sem ônibus pinga-pinga, bêbados gritando e motoristas que gesticulam enquanto dirigem – como na minha última viagem Campinas-São Paulo. Nos vemos na volta! Ou, como diria aquele famoso governador daquele famoso estado mexicano: hasta la vista, beibe!

Saudações,

Dalmorito


ps: aquela máquina anunciada outrora continua à venda!

(Pato Branco, 23 de janeiro de 2006)

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