terça-feira, 1 de maio de 2012

O reajuste do salário mínimo e o silêncio da Grande Imprensa

A proposta é de aumentar em 17% o salário mínimo. Depois, indexar o reajuste à inflação anual. Mirian Leitão e outros intelectuais (porque economista da Grande Imprensa sempre se crê um intelectual, por mais estreita que seja a viseira) do mesmo quilate devem saber da notícia, que saiu no último dia de abril de 2012, mas preferem não dizer nada. Conseguiu o governo comprar até esses independentes arautos da responsabilidade?

Não, desta vez não se trata de mais uma medida disparatada, inconseqüente e populista do governo petista (lembrando: Lula não é mais presidente do Brasil). A proposta é para Nova Iorque, nos Estados Unidos, e o silêncio dos formadores de opinião tupiniquins é óbvio: foram desditos pela própria matriz do pensamento que papagueiam. Se se souber que o salário mínimo no Reino do Liberalismo é indexado à inflação, como criticar o governo brasileiro de irresponsável? Se uma proposta de reajuste de 17% está para ser aprovada nos EUA, como justificar que reajustes menores no Brasil irão custar a volta da inflação, o emprego de milhares e trazer a miséria novamente (?) a estes tristes trópicos?

Há diferenças de contexto, é certo: lá, pretende-se que com o salário mínimo possa uma família de três pessoas viver acima da linha da pobreza – é pouco para o país mais rico do mundo –; aqui, que um salário mínimo garanta às empresas a competitividade no mercado externo – competitividade que elas não conseguem ter por não aplicarem em pesquisa e desenvolvimento, por exemplo. Ah, sim, há um trabalhador que ganha R$ 622,00 por mês, e deve sustentar uma família com isso, mas é detalhe.

Para uma imprensa engajada, mais importante do que informar é desinformar. Para os veículos e colunistas de "respeito", nada de mentiras, apenas singelas omissões.

São Paulo, 01 de maio de 2012

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