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terça-feira, 6 de setembro de 2016

O jogo só termina quando acaba? [O Brasil para amadores]

Um dos grandes aprendizados que Eduardo Cunha nos ofereceu e não soubemos aproveitar foi que não se canta vitória antes de terminada a partida. Quantos não foram os que comemoraram derrotas das propostas reacionárias de Cunha na Câmara para no dia seguinte serem surpreendidos com uma nova votação da mesma proposta na qual o mafioso saiu vencedor? E não aprendemos com essas rasteiras: voltamos a comemorar quando foi apeado da presidência da casa, ignoramos que já era tarde (e o tal "antes tarde do que nunca" é só um consolo para os derrotados), e fingimos ser secundário que Rodrigo Maia é seu aliado, que Michel Temer é seu capacho, que Gilmar Mendes é seu sócio. Não por acaso, Moro sofre para descobrir o endereço de Cláudia Cruz, para onde enviaria a intimação, e prefere, ao invés, devolver o passaporte (como se isso fosse fazer alguma diferença para quem tem dupla cidadania italiana). Cunha pode até perder mandato, mas só perde o poder se cair na alçada de um juiz imparcial - coisa longe de acontecer, por tudo o que sabe. Vamos comemorar à Perfeição sua cassação, caso ocorra, segunda, dia 12?
Daí o duplo caminho ainda a ser aprendido por boa parte da população brasileira: 1) o jogo só termina quando acaba; 2) o Brasil é como o campeonato brasileiro de futebol, com a presença ilustre e permanente do elitista Fluminense: ou seja, o jogo só acaba depois que juízes tricolores julgarem o tricolor das Laranjeiras, e a segunda rodada do campeonato seguinte tiver começado e a modesta Portuguesa notar que realmente foi rebaixada, apesar de não ser isso que apresentou em campo no campeonato passado.

06 de setembro de 2016.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

"Fora Temer": O Cavalo de Tróia que os golpistas precisam [O Brasil para amadores]

Com 10% de aprovação, segundo o Ibope, apesar de toda a blindagem da grande mídia, o presidente golpista Michel Temer precisa de um milagre para não ser o próximo ex-presidente da República Bananeira do Brasil já em 2017. Ele é só o espantalho útil pro momento, e os donos do poder não terão nenhum remorço em ejetá-lo do Planalto dia 2 de janeiro de 2017, e promover uma eleição indireta para presidente. A grande preocupação do neoditadores que se escondem atrás de Temer é segurá-lo até 2017.
A equação é simples: Temer, impopular, vai apelar mais e mais para a repressão para se segurar no poder, enquanto as barbaridades são encobertas pela grande imprensa. Quando dezembro chegar, será hora de mostrar toda a revolta das ruas, pedindo "Fora Temer", em janeiro, os nobres deputados e nobres senadores ouvirão as vozes das ruas e farão o impeachment do golpista. A narrativa oficiosa será de que o parlamento (atenção para o uso intensivo desse termo, ao invés de legislativo) democraticamente eleito novamente ouviu a população e fez a vontade do povo. Botarão no Palácio do Planalto um nome com algum respaldo popular, de modo que os protestos arrefecerão, podendo diminuir o nível de repressão e partindo para ataques mais pontuais, a supostos "terroristas", conforme a nova Lei de Segurança Nacional.
Contratempos nesse caminho: quatro são os principais empecilhos dos golpistas para a consolidação do golpe: 1) a pressão das ruas ser tão grande, apesar da escalada da violência do Estado, que Temer caia antes de 2017; 2) a mudança do slogan-chave das manifestações de "Fora Temer" para "Diretas Já", desarticulando o discurso golpista de 2017, e podendo fazer o novo presidente perder respaldo popular que o "Fora Temer" garante quase que automaticamente; 3) os custos políticos da repressão policial serem altos demais e os governadores começarem a dar para trás (Alckmin, por exemplo, já tem um saldo negativo de 10% entre os que acham seu governo bom e os que acham ruim), e Temer apelar para o exército, que pode rachar (há ao menos duas alas bem delimitadas dentro do exército) ao ir para as ruas novamente - ainda que não admitam, 1964-85 tem sido bastante custoso à imagem das forças armadas -; 4) a pressão internacional crescer, partindo também de países importantes da Europa.
Tão importante quanto Temer sair, é a eleição do próximo presidente da república por sufrágio popular direto (idealmente, do legislativo também, mas sejamos realistas, e por ora conseguir só para o executivo já é um grande avanço).
DIRETAS JÁ!
CONSTITUINTE EXCLUSIVA PARA REFORMA POLÍTICA!

 05 de setembro de 2016