Falei ontem do provérbio chinês que dizia que devemos dar três voltas ao redor de nossa casa antes de sairmos para consertar o mundo. Queria falar do Lula, mas acabei saindo do caminho. Não tem problema, falo hoje. Não sei se o Lula conhecesse esse provérbio, creio que não. Se conhecesse talvez não falasse tanta besteira como é de seu costume. Poderíamos mudar o provérbio, no caso de Lula, para "Lula, dê três voltas ao redor de sua casa antes de falar qualquer coisa."
O bate boca entre Lula e FHC é um espetáculo deplorável, que só mostra o tamanho do ego de cada um, e o quanto falta um mínimo de auto-crítica para os dois.
FHC, que afundou o país no seu populismo cambial, na sua privataria (como diz Elio Gaspari), tinha mais é que ficar calado no seu canto, ainda mais se fosse para criticar o atual governo, que não faz absolutamente nada diferente do que ele fez.
Agora foi a vez de Lula chamar seu antecessores de covardes. Pode até ser que ele tenha razão, não entremos nessa questão, mas o fato é que Lula e sua tropa de choque não têm envergadura moral alguma para falar isso. Afinal, quem tem mostrado covardia além da conta é ele e seu governo. Covardia perante os mercados, perante o FMI, aumentando de livre e espontânea vontade o sofrimento do povo brasileiro para satisfazê-los, ignorando o povo que votou por mudança, por empregos.
Covardia perante a Monsanto e os ruralistas, contemplando um ato ilegal (o plantio de soja transgênica na safra passada), e afrontando novamente a constituição para esta safra.
Covardia perante o lobby das cervejarias, das empresas de publicidade e das emissoras de tv, permitindo que o dinheiro falasse mais alto que a saúde pública, ao não desautorizar a propaganda de uma droga.
Mas o governo Lula não é só covardia, ele também é, segundo ele próprio, coragem, mas poderíamos dizer que é prevalecido.
Com os aposentados, de quem o governo não teve medo, e cortou as aposentadorias.
Com os sem-terra, para quem a reforma agrária está praticamente parada. Com a população carente, com a diminuição da já minguada verba para a saúde.
Enfim, enquanto com os poderosos Lula mostrou-se serviente, com todos aqueles que não têm força suficiente para peitar o governo, Lula mostrou coragem, coragem que FHC também demonstrou. Mas covarde não deixa de ser uma bela definição dos presidentes do Brasil, Lula inclusive.
Campinas, 02 de novembro de 2003
O bate boca entre Lula e FHC é um espetáculo deplorável, que só mostra o tamanho do ego de cada um, e o quanto falta um mínimo de auto-crítica para os dois.
FHC, que afundou o país no seu populismo cambial, na sua privataria (como diz Elio Gaspari), tinha mais é que ficar calado no seu canto, ainda mais se fosse para criticar o atual governo, que não faz absolutamente nada diferente do que ele fez.
Agora foi a vez de Lula chamar seu antecessores de covardes. Pode até ser que ele tenha razão, não entremos nessa questão, mas o fato é que Lula e sua tropa de choque não têm envergadura moral alguma para falar isso. Afinal, quem tem mostrado covardia além da conta é ele e seu governo. Covardia perante os mercados, perante o FMI, aumentando de livre e espontânea vontade o sofrimento do povo brasileiro para satisfazê-los, ignorando o povo que votou por mudança, por empregos.
Covardia perante a Monsanto e os ruralistas, contemplando um ato ilegal (o plantio de soja transgênica na safra passada), e afrontando novamente a constituição para esta safra.
Covardia perante o lobby das cervejarias, das empresas de publicidade e das emissoras de tv, permitindo que o dinheiro falasse mais alto que a saúde pública, ao não desautorizar a propaganda de uma droga.
Mas o governo Lula não é só covardia, ele também é, segundo ele próprio, coragem, mas poderíamos dizer que é prevalecido.
Com os aposentados, de quem o governo não teve medo, e cortou as aposentadorias.
Com os sem-terra, para quem a reforma agrária está praticamente parada. Com a população carente, com a diminuição da já minguada verba para a saúde.
Enfim, enquanto com os poderosos Lula mostrou-se serviente, com todos aqueles que não têm força suficiente para peitar o governo, Lula mostrou coragem, coragem que FHC também demonstrou. Mas covarde não deixa de ser uma bela definição dos presidentes do Brasil, Lula inclusive.
Campinas, 02 de novembro de 2003