A Holanda ganhou! Cinco a um! De virada! A vida mais ou
menos seguiu no seu habitual no sábado pós-início da Copa. A grande notícia era
a vitória da Holanda sobre os atuais campeões e a possível mudança na tabela:
Brasil e Espanha já nas oitavas. Pode ter sido impressão errada minha, mas achei
que as pessoas falavam da partida e do resultado com boa dose de alegria - na
cota do "falavam" incluam o Fakebook. De início estranhei aquele
pachequismo seletivo: a revanche parecia ser não apenas holandesa, como também
brasileira. Torcida pelo mais fraco? Não me parecia o caso - até porque ali estava
difícil dizer de antemão qual a seleção menos boa. Então desconfiei que a
comemoração pela derrota da Espanha era uma revanche por conta da Fúria ter tirado
o título que era para ser do Brasil - e se esqueciam que a Holanda de Sneijder
quem eliminara a família (narcísica) Dunga na África do Sul. Foi quando lembrei
que durante o jogo – que eu escutara pelo rádio – narrador e comentaristas
falavam das vaias insistentes da torcida toda vez que pegava a bola o Diego
Costa, centro-avante brasileiro que trocou uma eventual convocação pela seleção
canarinho pela naturalização e convocação para a Fúria, atual campeã do mundo.
Um crime lesa-pátria, tendo em vista o grau de ufanismo da nossa população,
principalmente a que freqüenta os estádios nesta copa, que não hesita em vestir
a camisa e defender o Brasil de qualquer injúria – só que não. Vejo na internet
que o famoso Diego Costa começou sua carreira no Atlético de Ibiúna, e depois
de um ano nessa agremiação de relevância nacional, foi pras Europas e lá ficou –
como boa parte dos jogadores da escrete canarinho, que eu, que não acompanho
futebol internacional, nunca ouvi falar. E enquanto as comemorações pela
vitória da Holanda aumentavam, o compartilhamento de notícias políticas no
Fakebook rareava. Havia ainda aqueles que denunciavam repressão militar em outras
praças e violências afins, contudo a copa parecia vencer os recalcitrantes. De
virada.
São Paulo, 14 de junho de 2014.
São Paulo, 14 de junho de 2014.
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