segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Goreti tenta lutar contra o destino... e perde [por Sérgio S., ex-Trezenhum. Humor sem graça]


As artes esotéricas e sibilinas não são para qualquer um ou uma ou ume. Suas mensagens cifradas dão ensejo para compreensões dúbias, até mesmo “tríbias” - tese, antítese, destese, numa releitura pós-moderna e Hegel (não o colega de Marx, segundo o MPSP) -, que podem induzir as pessoas a tomarem decisões erradas, ao invés de ajudá-las. Por isso, todo cuidado é pouco. Ademais, defendo que as crenças esotéricas se encaixem no sincretismo que tanto marca nossa constituição enquanto povo: acredita só na medida em que o favorece. Também poderia defender um órgão de classe (estilo OAB e CRM) para esotéricos, mas isso fica para outro momento. Voltemos ao sincretismo. Foi assim com o catolicismo branco do colonizador, tem sido assim os evangélicos neopentecostais adeptos do eurocentrismo extremado neocolonizante (em especial os pastores, que falam de Jesus mas adoram os vendilhões do templo; defendem a família dita tradicional mas tem três amantes... de cada gênero), por que não poderia ser com esses bandos de esotéricos brancos mimados nos melhores bairros das cidades? 

Quem tenta seguir puro em sua crença ocidental sempre se dá mal. Goreti, por exemplo, é uma pessoa legal, mas vacila - justo por acreditar demais, e sem sincretismo.

Final do ano passado foi chamado pela chefia e designado para um congresso a beira mar em Ponta Negra, Natal - precisava ser alguém do nosso subsetor -, que foi de segunda, dia 22, à tarde, e até quinta 25 de manhã, com a fala já na terça pela manhã, pra poder estar só de corpo presente o resto do tempo nesse evento. A empresa se encarregou das passagens, da hospedagem nos dias de evento e de uma ajuda de custo considerável. Ou seja, levando em conta que 25 é feriado em Sampa, a proposta foi praticamente de férias fora de época (mas numa boa época), com passagens e 50% dos custos de hospedagem e alimentação pagos.

Ficamos todos - ele, inclusive - surpresos por ter sido ele o escolhido, e não Meirelles, a pessoa que mais manja dos paragolés e do falar em público. Vívida e escolada, não se surpreendeu, e nos lembrou que para liberais melanina demais só pega bem no fundo da foto. Enfim, tudo estava certo para o congresso, até que semana retrasada, logo na segunda pela manhã, Goreti saiu da sala do chefe com uma listinha e foi até Macedo. Antes de fazer o convite, se justificou:

“Eu realmente não posso ir, e acho que nem deveríamos mandar ninguém. Vai ser uma grande besteira. Falei para o chefe, mas ele não quis me ouvir. Por isso, nem recomendo que vá, mas ele perguntou se quer me substituir em Natal”.

Macedo, afim à sua discrição, rejeitou. A seguir, foi a vez de perguntar para Meirelles, que se indignou de ter sido chamada só àquela hora, sem tempo de refazer a agenda programada para o feriado.

Já paguei caro para passar no Boneti! Sacanagem!

Parecia um jogo meio Jogos Vorazes, sei lá, que quem escolhesse seria morto. Ou mesmo uma rodada do campeonato brasileiro, com todos os times parecendo lutar para não ganhar o título. 

Imaginamos que Goreti iria até Carnegie, o segundo mais apto para palestrar - depois de Meireles -, sempre elogiado pelo chefe, mas o escolhido foi o Desembargador, que não teve problema em mudar sua programação para o feriado, desde que pudesse juntar com o banco de horas, que dava três dias. O chefe, para mostrar sua autoridade, permitiu, desde que fosse antes do evento, e não depois. A contragosto, aceitou, e terça, dia 16, já foi de mala para o trabalho - voltaria só dia 28. No fim, o chefe fez o melhor para ele: o noivo, nos arranjos de seu trabalho, conseguiu ir no dia seguinte, para voltar no domingo: quatro dias namorando em Natal, depois três de congresso, e concluía com quatro dias curtindo sozinho a cidade. Me pergunto se há um grande grupo de chefes, para combinarem isso e parecer que eles têm um poder de premonição que nós não sabemos - e talvez nem as sibilas, cartomantes, cassandras e afins.

Cara, se cuida! Gosto muito de você, te desejo tudo de bom!

Havia lágrimas nos olhos de Goreti ao se despedir do Desembagador, ao fim do expediente. Seguiu borocoxó, com aquele ar de peso na consciência, falando pouco durante a ausência do colega. E se recusou terminantemente a comentar o porquê de ter desistido de ir para o congresso em tão vantajosas condições.

Hoje Goreti chegou atrasado - o que é incomum. Parecia bastante preocupado. Perguntou do Desembargador, dissemos que não chegara ainda. Até sua chegada, estava visivelmente perturbado e deu pra ver o alívio quando ouvimos nosso viajado colega, ainda antes de entrar na sala, falando para Bevilacqua:

Preciso te mostrar o retoque das minhas marquinhas!

Ao entrar, Goreti foi logo perguntando se ele estava bem.

Tudo ótimo! Que viagem maravilhosa! Agradeço pela oportunidade!

Não aconteceu nenhum imprevisto?

Na viagem? Ah, ontem foi complicado. Cheguei para pegar o avião e deu overbooking - eu e uma outra mulher que tinha participado do congresso. Ao invés de embarcar às sete da noite, só fui embarcar à meia noite. Por sorte, pagaram o táxi até minha casa, mas mesmo assim, fui dormir às três da manhã. A parte boa foi que nós dois ficamos esperando numa sala vip, com tudo liberado, até uísque double label! Bebemos, viu? Por isso essa cara de ressaca. Inclusive, uma pena que você não foi, porque acho que a moça que vim conversando, você iria adorála! Eu mesmo, se não fosse noivo e, principalmente, gay, teria me interessado - e ela está solteira! Pena que estávamos tão loucos que esquecemos de trocar qualquer contato.

Goreti ainda parecia incrédulo, e ao insistir se não tinha acontecido nada demais, fomos pra cima dele:

Abre o jogo, Goreti, que que houve que você desistiu da viagem e agora está aí, com cara de cão arrependido - insistiu Meireles.

Ele tentou tergiversar, mas abriu o jogo: havia ido numa cartomante (a cartomante é por minha conta, para dar um ar mais literário, quase um neo-Machado, ele falou taróloga e sexóloga, num terreiro de umbanda, mesmo), que havia tirado as cartas e dito que havia uma viagem programada para breve que lhe traria muita dor. Ele concluiu: só podia ser a viagem para Natal, e muito provavelmente seria a queda do avião! Por conta disso, tentou convencer o chefe a não mandar ninguém, ia se sentir culpado se o colega morresse.

Muita dor? - refletiu Desembagador - ah, sim! No primeiro domingo teve um episódio assim! Fui queimado por uma água viva, já no fim da tarde! Como doeu! Você nem imagina! Nem pude aproveitar a praia direito na segunda de manhã, antes do congresso. Vai ver era isso.

É, vai ver... - respondeu Goreti, murcho.

Eu, sinceramente, achei que faltou a Goreti o sincretismo de seu guru espiritual, e me pareceu que a grande dor dessa viagem foi por ter desistido dela. Os gregos antigos - Sófocles, por exemplo - já mostravam que não adianta lutar contra o destino.


22 de janeiro de 2024


PS: Este é um texto ficcional, teoricamente de humor. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. A imagem também é ilustrativa.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Fim de tarde na sala da casa de Pato Branco


Na sala, a tevê muda - esperando o jornal começar para ver as manchetes. Mãe borda no sofá, pai, na cadeira, lê uma revista - deve ser a Carta Capital -, com a perna direita cruzada sobre a esquerda. Chuvisca lá fora. Pai larga revista, esfrega os dedos nas palmas das mãos.

Vai seguir chovendo, olha como está lisa minha mão - e mostra à minha mãe.

É verão, por isso a claridade ainda é grande, mesmo já tendo passado das sete. Chove, mas um sol tímido se apresenta pela casa. A temperatura está amena. Meu pai se levanta.

Deja, você podia aproveitar e me trazer uma cuia.

É para já - ele responde e se encaminha para a cozinha. Logo dá para ouvir o barulho da chaleira sendo aberta, a seguir do forno do fogão, onde foi pegar um pedaço de salame.

Essa não é uma lembrança, isso não aconteceu. Quer dizer, não até cinco minutos atrás. Hesito em chamar de imaginação ou sensação essa nova vivência que me veio ao tomar este chimarrão já lavado e encilhado, neste início de noite chuvoso. Pego a prancheta, coloco Mogwai, What are they doing in heaven today, que muito ouvi lembrando da Misson, e construo esta nova lembrança de um dia banal de meus pais.


12 de janeiro de 2024

Dumbo e a importância do bullying na formação do caráter e do sucesso [por Sérgio S., ex-Trezenhum. Humor Sem Graça.]

É sabido que gosto de crianças - guardada razoável distância. Acho elas fofas, lindas, espertas, interessantes. Isso tudo desde que não ultrapassem 40 decibéis, mantenham o dobro da distância social defendida na pandemia, e tenham a energia de uma pilha falsificada Eveready do gatinho. Se não for assim, se a criança me estressar, é bom os pais saberem que retribuirei com um trauma ou uma fobia nova. De qualquer modo, preciso ampliar meus critérios, que estou muito bonzinho. Afinal, mesmo assim, decidiram enviar para passar os embalos de sexta à noite comigo meu sobrinho de oito ou nove ou dez anos. Ou sete, não sei e não creio que um ou três anos faça muita diferença. 

Cá estamos, eu na poltrona, ele no canto oposto do sofá, respeitando o distanciamento social; ele olha para mim ou para o nada, sem fazer nada (e sem sono, tampouco, parece que a bateria estava não necessariamente fraca, antes mal regulada); e responde laconicamente às minhas perguntas, num tom quase inaudível.

A situação me agonia. Ele está com um celular, mas não se interessa; trouxe um livro, mas não se interessa (e não sei se cabe oferecer algum outro, do Donaltien Alphonse François, talvez? Sei que não é para sua idade atual, mas um dia será, e é bastante vívido!), e eu constrangido de seguir minhas buscas de moteis com ele ao lado. Óbvio que não vou tentar animar a criança: vai que ela está em stand by e quando for ligada sai em correria ensandecida pelo meu apartamento, roe meus chinelos, mija no pé da minha mesa... sei que tais atos costumam ser hábitos mais caninos que humanos, mas vai saber se as crianças brancas não estão se organizando mundialmente para receber menos brinquedos e mais atenção e carinho, e para tal, não estão agindo como “pets” para conseguirem lograr esse seu objetivo?

Enfim, com a situação parecendo uma guerra de trincheiras estagnada, decido que a partir daquele momento “minha casa, minhas regras”, e resolvo pegar um desenho animado para assistir, queira ele ou não, ou melhor, possa ele ou não: porque seus pais querem ser descolados mas elitistas ao mesmo tempo, e colocaram o menino numa escola Woldemorf, e não sei se ele já pode ver tevê ou o que - ainda que tenha celular...

Ele me olha assustado quando ligo a tevê, como se estivesse fazendo algo proibido. Decido por um desenho clássico e instrutivo: Dumbo. Pergunto se já tinha assistido, faz que não com a cabeça (talvez tenha falado também, mas não ouço) e falo isso que acabei de contar a você, desatenta leitora, desatento leitor, que é um desenho clássico e instrutivo.

A história é conhecida dos mais antigos, que já adentram a idade que poucos superam, a dos “enta”. Uma mãe elefanta, cujo sonho de vida é ter uma cria, demora para parir (talvez por toda a adrenalina liberada, que não permitia a bolsa romper), e esse atraso faz que dê a luz a um elefantinho com fimose nas orelhas, Jumbo.

Jumbo sofre bullying desde que nasceu, sendo ridicularizado pelos outros elefantes - que o chamam de Dumbo (e eu não entendi o jogo de palavras) -, e pelas crianças que visitam o circo antes do espetáculo para poder ajudar a torturar os animais. 

Mamãe elefanta, que dá muita importância à opinião dos outros, parte pra porradaria para proteger o filhote e acaba indo para a solitária circense, apartada de todos os demais - Dumbo, inclusive, que sequer mamou desde que nasceu, mas já marretou prego.

Sozinho e repelido por seus pares, Dumbo é rebaixado a palhaço e com isso é excluído de vez do grupo dos elefantes - pelos próprios -, e passa a ter como único amigo um rato, que é também seu coach e empresário (ou seja, de se questionar se é mesmo seu amigo). Os palhaços é que ganham notoriedade com esse reforço no espetáculo, cuja função é pular de trapézios cada vez mais altos numa piscina de chantily. Num desses pulos, já devidamente treinado por corvos para usar suas orelhas para voar - graças ao rato-coach -, Dumbo sai voando e planando, e se torna a grande atração, o grande astro do circo, de modo que ele e a mãe ganham um vagão especial só pra eles, enquanto o dono do circo enche as burras de dinheiro e todos os demais animais seguem explorados e mal pagos (só para constar, Dumbo é explorado também, ele não virou o dono dos meios de produção porque produziu conteúdo de sucesso no circo). Destaque para a importãncia de encher a cara desde criança, como forma de liberar os potenciais artísticos de qualquer ser.

Como sei que nas escolas Woldemorf é importante sempre conversar para aprimorar o conhecimento da criança, e é preciso mostrar o mundo sempre bonito, sempre o lado bom das coisas, findo o filme, consigo, finalmente, engatar uma conversa - é sobre a moral do desenho. Moralismo sempre dá muita conversa, não adianta.

A conversa é longa, cheia de rodeios e umas horas carente de senso de realidade, mas ao cabo conseguimos chegar a uma posição de consenso e edificante: foi graças ao bullying, às humilhações, à exclusão que os outros elefantes fizeram com Jumbo que ele pode descobrir e vivenciar seu potencial, e desse modo ganhar vários confortos que seus iguais não tinham, justo porque ninguém ali se destacou, conseguiu virar um astro, um influenciador. Ou seja, só o sofrimento traz recompensas ao trabalhador e o sucesso ou fracasso depende exclusivamente de cada pessoa, de como cada uma reage ao que a vida lhe dá - no máximo cabe ser bem assessorado. Tivesse ele sido tratado bem desde sempre, com suas orelhas diferentes do comum sendo ignoradas por serem algo sem relevância - como é o caso -, ele não teria sido mais que um elefante, fazendo o trabalho pesado de empurrar jaulas na chuva, para depois voltar para a sua, e no palco sendo só mais uma atração anônima entre tantas. Meu sobrinho hesita sobre essa conclusão, mas quando pergunto o nome de outro elefante da história, ele não sabe responder e precisa dar razão aos meus argumentos.

Ele se mostra contente com nossa conversa filosófica e a conclusão positiva que conseguimos chegar do bullying e sua importância. Sequer começamos a discorrer sobre as implicações práticas, como na escola, onde poderá estimular o sucesso dos coleguinhas ao ridicularizar seus pontos destoantes e/ou vexatórios - mas tenho certeza que ele as alcançará por si. Nessa hora seu celular toca, alguns de seus estimados progenitores avisa para ele ir se aprontando, que logo chegarão para pegá-lo. Olho para o aparelho, pergunto se tem o jogo da cobrinha.

Tem, mas meu pai não me deixa jogar, é só para ligação mesmo.

Vai sobrinho, vai ser Dumbo na vida.


12 de janeiro de 2024.

PS: Este é um texto ficcional, teoricamente de humor. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. A imagem também é ilustrativa.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

O novo estagiário [por Sérgio S., ex-Trezenhum. Humor Sem Graça.]

A ideia era falar sobre as férias, já que recém retornei das minhas merecidas e insuficientes. Contudo, por ser um assunto com muitos desdobramentos necessários, deixo para um futuro indefinido, e hoje me centro no retorno a esse espaço que me acolhe por oito horas todos os dias - também passando ao largo de toda a tristeza que é isso, apesar dos amigos que tenho no trabalho, que são boas pessoas, mas é muito mais divertido encontrá-los no bar, e boa parte dos colegas é muito mais agradável nem encontrá-los, sequer lembrar que existem.

Enfim, cheguei das férias um pouco atrasado, porque me parece justo a primeira semana ser para se reaclimatar aos horários e todo o sofrimento da labuta. Fui para minha baia, com aquela sensação de que valho um pouco menos que um boi - o que mostra minha condição privilegiada, estar próximo ao valor de um boi e não de um bife de acém -, olhei ao redor, em busca dos quatro rostos novos prometidos para a virada do ano. Identifiquei apenas os dois estagiários - até porque a aparência destoa bastante. O que me chamou a atenção, contudo, foi que um deles estava ocupando a mesa do Desembargador (que havia sido de férias imediatamente antes de mim). Pior: o dito cujo vinha com uma desenvoltura que eu gostaria ter aos meus vinte e poucos anos, e agia como se fosse funcionário há anos, inclusive me cumprimentando animadamente - que respondi com frieza, porque é da minha natureza ser desconfiado. Ele não tardou para vir até mim, e antes de se apresentar já anunciou:

Preciso te contar as novidades!

Olhei perplexo aquele rosto que destoava da voz:

Desembargador?!

Dizem por aí que a barba é a maquiagem do homem. Reparo em alguns de meus colegas: Macedo, Carnegie, Desembargador, doutor Sabujinho, Martão e eu mesmo, todos com as faces cobertas em parte ou totalmente por pelos faciais. Se é assim, estamos mal: mesmo “maquiados”, seguimos com uma aparência que até nossas mães não conseguem elogiar muito esfuziantemente, porque sabem que a realidade foi um pouco dura conosco - menos com o doutor Sabujinho, que além de feio é acabado, apesar de ser o mais jovem dessa lista, e a mãe dele só é capaz de elogiá-lo se for mitomaníaca, porque para tudo há limites.

Pois é, o jovem imberbe na verdade não era o novo estagiário, e sim o próprio Desembargador desembarbado.

Aproveitamos as férias em Punta Cana e noivamos! E mostrou a aliança. 

A barba feita era por conta de ele e o noivo terem decidido limpar a cara e assim permanecerem por um mês, para marcar esse novo ciclo da vida de ambos. Reparei bem, me pareceu quase reserva de mercado: juro que vi pelo menos duas grandes espinhas no seu rosto, o que ele nega; e quem na nossa idade iria dar em cima de um rapazote que você jura que passa horas trancafiado no banheiro se masturbando e sonhando com sua primeira vez?

Me mostrou a foto do noivo, e depois de me certificar que o homem da foto era seu companheiro há mais de um ano, que eu bem conheço, creio que entendi melhor a importância do ato: caso algum dia acontecesse de terem que tirar a barba sem avisar, eles precisam ser capazes de se identificar.

Cumprimentei-o pelo noivado, desejei felicidades ao simpático casal e já avisei das minhas restrições alimentares para o jantar. E decidi escrever este texto para discretamente sugerir que deixem a barba, fica melhor.


11 de janeiro de 2024

PS: Este é um texto ficcional, teoricamente de humor. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. A imagem também é ilustrativa.