Saiu na Folha de domingo uma reportagem que promete esquentar um pouco mais as discussões entre aqueles que acham que a solução da educação está em aumentar o salário e pronto, como, por exemplo, a Apeoesp, e aqueles para quem a precariedade da educação nacional se resolve com metas quantitativas e métodos eficientes de controle e punição, como para o Paulo Renato e o PSDB e o movimento Todos pela Educação. Enquanto esses dois grupos disputam para ver quem tem mais razão e menos bom senso, eu vou falar de enfermagem.
Mais especificamente, falarei dos técnicos em enfermagem, ou melhor, técnicas – já que homens na profissão são raros, principalmente por conta do preconceito. Linha de frente no hospital no contato com os pacientes, a enfermeira, óbvio, precisa ter o conhecimento técnico da profissão na ponta dos dedos. Achar veia aplicar injeção limpar o paciente fazer inalação trocar roupa de cama ministrar remédio pôr sonda. Se não souber fazer isso não pode ser enfermeira (ao menos assim esperam os pacientes). Ocorre porém que se esse conhecimento é necessário, somente ele não é suficiente para ser uma boa enfermeira – por mais que tenha primor na técnica. Uma enfermeira precisa também saber aplicar injeção de ânimo, fazer ventilar do quarto o clima pesado de hospital, ministrar doses corretas de atenção. Umas fazem isso de maneira mais tagarela, outras mais silenciosas, porém precisam ir sempre além dos procedimentos. Em outras palavras, enfermagem exige uma técnica, mas é também uma arte: depende muito do lado humano da pessoa, de estabelecer uma relação de confiança entre ambos, de sentir qual é a do paciente e trabalhar de maneira sutil e intensiva para sua recuperação, para que o paciente saia dali o quanto antes.
Falo de técnico de enfermagem, porém um raciocínio semelhante pode ser aplicado a qualquer profissional de saúde. Como também a qualquer profissão que trata diretamente com pessoas. Políticos, administradores, burocratas e tecnocratas lidam com planilhas, números, gráficos.
Pato Branco, 08 de outubro de 2009.
Publicado em www.institutohypnos.org.br
Mais especificamente, falarei dos técnicos em enfermagem, ou melhor, técnicas – já que homens na profissão são raros, principalmente por conta do preconceito. Linha de frente no hospital no contato com os pacientes, a enfermeira, óbvio, precisa ter o conhecimento técnico da profissão na ponta dos dedos. Achar veia aplicar injeção limpar o paciente fazer inalação trocar roupa de cama ministrar remédio pôr sonda. Se não souber fazer isso não pode ser enfermeira (ao menos assim esperam os pacientes). Ocorre porém que se esse conhecimento é necessário, somente ele não é suficiente para ser uma boa enfermeira – por mais que tenha primor na técnica. Uma enfermeira precisa também saber aplicar injeção de ânimo, fazer ventilar do quarto o clima pesado de hospital, ministrar doses corretas de atenção. Umas fazem isso de maneira mais tagarela, outras mais silenciosas, porém precisam ir sempre além dos procedimentos. Em outras palavras, enfermagem exige uma técnica, mas é também uma arte: depende muito do lado humano da pessoa, de estabelecer uma relação de confiança entre ambos, de sentir qual é a do paciente e trabalhar de maneira sutil e intensiva para sua recuperação, para que o paciente saia dali o quanto antes.
Falo de técnico de enfermagem, porém um raciocínio semelhante pode ser aplicado a qualquer profissional de saúde. Como também a qualquer profissão que trata diretamente com pessoas. Políticos, administradores, burocratas e tecnocratas lidam com planilhas, números, gráficos.
Pato Branco, 08 de outubro de 2009.
Publicado em www.institutohypnos.org.br
1 comentário:
isso, o lado humano: para nós que carecemos de lados. como se não fossemos inteiros... sim, certamente os políticos são dos mais truculentos: fragmentos ensopados e remelentos.
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