Não fumo, e ainda que não radical, posso ser posto no grupo dos anti-tabagistas. Porém, me oponho à lei anti-fumo de SP. Seu excesso de rigor a condena a ser letra morta ou a se dispender um esforço absurdo em fiscalização. Uma coisa é proibir fumo em shoppings, restaurantes, em que a fumaça não é só prejudicial como “não combina” com o ambiente. Outra é proibi-lo em bares e afins, onde se vai descontrair, e o cigarro é, mesmo para não viciados, parte desse rito.
O pior é centrar fogo contra o fumo quando nossa legislação nesse aspecto já é bastante avançada (não que não possa avançar mais) e há um problema de saúde pública maior e mais urgente: o abuso de álcool. Ao contrário do cigarro, o álcool é socialmente aceito e estimulado, não só pela família e amigos, como por mulheres semi-nuas e futebolistas famosos. Sua dependência é um processo mais longo e mais difícil de ser percebido, principalmente pelo alcoolista. Difícil notar quando a agradável cerveja vira a necessária cerveja. Ademais, sob efeito de nicotina, não se aumenta o risco de acidentes de trânsito. Já sob o efeito do álcool... Os dados da nossa guerra civil sobre rodas estão aí.
Ao invés de pôr fiscais batendo pela madrugada de bar em bar, em busca de sinais de fumaça, inspecionando cinzeiros, caçando bitucas, seria mais sensato aumentar a fiscalização com base na (mal) chamada lei seca (que vai virando letra “moribunda”, por falta de fiscalização), e banir a propaganda do produto – como foi feito com o cigarro –, junto a uma campanha de contra-propaganda. Os donos do poder – governantes e imprensa –, porém, se mostram pouco intere$$ados.
Enquanto isso, é bom sempre contar com uma grande dose de sorte, para não estar no rumo de motoristas bêbados na hora que estes invadem calçadas em alta velocidade. Para alguns, é o que garante que possam seguir escrevendo. Se tal sorte faltar, como consolo morreremos com nossos pulmões menos sujos: haverá apenas o CO2 dos canos de escape dos carros que nos atropelam.
Campinas, 06 de maio de 2009
Publicado em: www.institutohypnos.org.br
O pior é centrar fogo contra o fumo quando nossa legislação nesse aspecto já é bastante avançada (não que não possa avançar mais) e há um problema de saúde pública maior e mais urgente: o abuso de álcool. Ao contrário do cigarro, o álcool é socialmente aceito e estimulado, não só pela família e amigos, como por mulheres semi-nuas e futebolistas famosos. Sua dependência é um processo mais longo e mais difícil de ser percebido, principalmente pelo alcoolista. Difícil notar quando a agradável cerveja vira a necessária cerveja. Ademais, sob efeito de nicotina, não se aumenta o risco de acidentes de trânsito. Já sob o efeito do álcool... Os dados da nossa guerra civil sobre rodas estão aí.
Ao invés de pôr fiscais batendo pela madrugada de bar em bar, em busca de sinais de fumaça, inspecionando cinzeiros, caçando bitucas, seria mais sensato aumentar a fiscalização com base na (mal) chamada lei seca (que vai virando letra “moribunda”, por falta de fiscalização), e banir a propaganda do produto – como foi feito com o cigarro –, junto a uma campanha de contra-propaganda. Os donos do poder – governantes e imprensa –, porém, se mostram pouco intere$$ados.
Enquanto isso, é bom sempre contar com uma grande dose de sorte, para não estar no rumo de motoristas bêbados na hora que estes invadem calçadas em alta velocidade. Para alguns, é o que garante que possam seguir escrevendo. Se tal sorte faltar, como consolo morreremos com nossos pulmões menos sujos: haverá apenas o CO2 dos canos de escape dos carros que nos atropelam.
Campinas, 06 de maio de 2009
Publicado em: www.institutohypnos.org.br
1 comentário:
ola daniel,
otimos textos
Se puder vivite meu blog
Luis
ps: dos velhos tempo de cursinho
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