Metodista voltou de férias - que não são merecidas, pois se trata de direito e não de merecimento. Metodista, que foi trazida apenas rapidamente a estas paisagens textuais, é um hub de informações da empresa. Informações oficiais, extra-oficiais, oficiosas, conjugais e extra-conjugais - e algumas fofocas, de vez em quando, pois ninguém é de ferro.
Pois chegou ela, e não perdi tempo: dei as três horas regulamentares para ela se inteirar, e chamei para um café no refeitório. Como parte do cenário, Goreti preparava seu almoço. Muitas novidades acontecidas nesses vinte dias e fazia-se mister alguma explicação: velhos colegas que saíram, novos colegas que chegaram (eu queria ver o inverso), mudança no leiaute da sala, uns pepinos pra cá, uns abacaxis pra lá, e vida que segue. Ao menos assim eu acreditava.
Goreti se aproximou da conversa, prestava atenção, mas olhava com certo olhar aparvorado. Metodista continuava:
Se com passaralho ou sem, o certo é que nosso chefe e o diretor geral entraram em rota de colisão. Ainda não consegui saber como que o chefe não perdeu o emprego.
Nessa hora Goreti interveio:
Deixa eu ver se entendi: Metodista, você está explicando para o Sérgio S. o que aconteceu na empresa nesse período em que você esteve de férias? Você não viajou, não?
Vinte dias na praia!
E se virando pra mim:
E você, onde esteve, que não sabe nada disso?
Goreti agora tem certeza: sou uma pessoa alienada.
19 de novembro de 2025
PS: Este é um texto ficcional (a imagem também), teoricamente de humor. Não há nada para além do texto. Qualquer semelhança com a vida real é uma impressionante coincidência, ou fruto da sua mente viciada que quer pôr tudo em formas pré-definidas
