Dois respeitáveis senhores, bem vestidos, sem espalhafato, num mercado da zona cerealista, em São Paulo, conversam sobre os protestos contra a Dilma, no dia anterior. São contra o PT, e isso soa óbvio. Na ala de bebidas do estabelecimento, talvez parte da explicação: o governo que diz que a inflação está sob controle, como justifica um reajuste de quase vinte por cento em dois anos, em uma garrafa de conhaque Louis XIII: de nove mil e quinhentos para onze mil e duzentos reais (nunca tinha visto tudo isso de número em víveres, o que muito me impressiona, toda vez que vou a essa venda)?
Mas é a conversa entre ambos que realmente me impressiona:
Viu a Dilma, ontem? Tomou no cu - fala, polidamente, o primeiro.
Pois eu achei é pouco: tinha que queimar ela em praça pública - responde, muito cordato, o segundo.
E eu com meus botões me pergunto como falar em democracia com gente que tem mentalidade da época da inquisição medieval.
16 de março de 2015
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