Ela, que de início não teria dinheiro público para além da infra-estrutura, tem se resumido a uma disputa sobre quem e onde será a sua abertura. São Paulo, Belo Horizonte ou Brasília? No Morumbi, ou em algum novo elefante branco, como o Engenhão? Uma das propostas já vem até com o aumentativo do famigerado desperdício do Pan: Piritubão.
As discussões sobre infra-estrutura? Quase acontecem. E por conta disso são tão decisivas como para o resultado de um jogo são os quase gols. Melhoria do sistema de transporte aéreo e terrestre? Eventualmente se discute sobre, sempre centrando a discussão nos cifrões: tantos milhões para o trem-bala, que só ficará pronto para depois da copa, outros tantos para um novo aeroporto ou para ampliar Viracopos. E no resto do país? Acesso aos estádios, transporte público, questões urbanísticas? Disso, ainda não ouvi palavra, salvo reportagens apontando problemas e críticas.
Das autoridades, é crença que tudo se resolve em cima da hora. E talvez seja assim, na hora dá-se um jeito. A questão é a que custo. Há ainda a questão da violência, sempre tratada de maneira muito leviana por políticos e imprensa, e que por ora não teve tratamento diferente do habitual. O que não é de todo mal, ao menos para grandes empresas, visto a chegada da maior multinacional do ramo de segurança, a G4S. Cifrões, sempre eles, como a nossa seleção.
No andar da carroça, em 2014, não será surpresa se além da grande quantidade de dinheiro público jogado no ralo, vermos turistas chegando atrasados a jogos, por conta de congestionamentos e seleções européias desembarcando aqui com coletes a prova de balas: uma bela jogada de anti-marketing!
Campinas, 17 de junho de 2010.
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