segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Macedo, meu nobre colega [por Sérgio S., da Equipe Trezenhum. Humor sem graça.]

Macedo, meu nobre colega, como comentei em outro texto, sempre me acompanha nos entretenimentos de hora do almoço - vulgo comer e dar um rolê, às vezes fazer compras. 

Antes de continuar, um parênteses. Para não ter toda vez escrever "Macedo, meu nobre colega", vou abreviar para "Macedo MNC", mas não seja preguiçoso ou preguiçosa ou ambos e siga lendo "Macedo, meu nobre colega". Fecha parênteses.

Foto de Macedo, meu nobre colega, em suas últimas    
férias (arquivo pessoal dele, vulgo Instagram)

Não apenas isso, os demais colegas - que são nobres, mas não se chamam Macedo - dizem que somos parecidos: ambos magros, filhos de bancários, barbicha parecendo um ninho feito por um pombo bêbado, as mãozinhas para trás na hora de caminhar, guarda-roupas com pouca variedade (quer dizer, eu acho que ele tem um guarda-roupa, mas pode ser que seja uma pessoa chique e tenha um closet), humor bastante peculiar e que dividem com poucas pessoas, e branquelos - ainda que ele tenha um tom fanta mais autêntico e eu esteja para um branquelo-amarelado encardido (ao menos minha mãe sempre critica minhas roupas brancas, que ela diz estarem encardidas por conta do tom de branco que possuem). Por causa dessas semelhanças entre nós, eu acabo ficando estatisticamente parecido com um colega que trabalha alguns andares acima, no que hoje chamam de Rooftop (lê-se rufitóp), mas no meu tempo era apenas último andar, a quem chamaremos aqui de Fernández, Funcionário do Topo (FDT), sendo que o topo aqui se refere ao topo do edifício, não da carreira. Isso porque, apesar de eu não parecer com Fernández FDT, ele e Macedo MNC se parecem, e como eu e Macedo MNC nos assemelhamos, sobra que termino por ser estatisticamente parecido com o nobre colega Fernández FDT, de alguns andares acima.

Novo parênteses (me desculpe tantas interrupções): acabei de notar que o MNC não é uma boa, por dois motivos. Primeiro: vai que alguém se refira a ele como "Macedo, teu nobre colega", e um "Macedo TNC" não seria merecido com o nobre colega. Segundo, pelo risco de que alguma hora apareça no trabalho alguma "Yara, Minha Colega Admirável", e uma abreviatura com as iniciais induza um certo playboy meia bomba que faz cosplay de "não sou pulítico, sou jestor" e que gosta de se fantasiar de Village People para ir na Little Seul a achar que estou falando dele e me meter um processo. Fiquemos, então, com Macedo M, apenas, mas insisto para que o prezado leitor, a prezada leitora não seja preguiçoso ou preguiçosa ou ambos, e siga lendo Macedo, Meu Nobre Colega. Fecha parênteses. Ou melhor, abre outro, rapidinho: até pus a música aqui, pra acompanhar, achei que ficou supimpa. Agora fecha. Ou abre de novo para o tema nomes: acabei de notar que Fernández FDT ficou perto também de uma abreviatura infeliz, e que falado em voz alta pode ser confundido com um sonoro FDP, que Fernández não merece. Vamos convencionar, então, de usar só uma letra, assim, Fernández, Funcionário do Topo, o Fernández FDT, será apenas Fernández F. Agora fecha de verdade.

Na verdade foram tantas interrupções que precisarei encerrar este texto sem narrar o que pretendia e que você que me lê esperava. Peço desculpas e paciência: creio que foi por um bom motivo: facilitar a compreensão e apresentar nosso herói, Macedo M (lembrou de ler "meu nome colega"?). Na verdade, o herói deveria ser eu, Sérgio S, mas trupiquei nesses parênteses e sem querer perdi até o protagonismo da crônica. Ou nem sei se foi tão sem querer, porque Macedo M (não esqueça do "Meu Nobre Colega"!), sempre eficiente e concentrado, costuma ganhar o protagonismo e os elogios dos chefes (e não reparar nas suas barras de gergelim da gaveta).


05 de dezembro de 2022

PS: Este é um texto ficcional, teoricamente de humor. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. A imagem também é ilustrativa.

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