"Um dos problemas quando se fala em "trote violento" é que o senso comum trata como violento somente o trote que resulta em violência física ou, eventualmente, em ações excessivamente degradantes aos alunos ingressantes.
Contudo, a violência está já no próprio desmerecimento à pessoa -posta em situação de inferioridade, por ser "bicho". É ilusão imaginar que um jovem de 18 ou 20 anos, em um local desconhecido e cercado de veteranos gritando e pulando feito primatas, não irá consentir com o trote, por mais que não queira ter os cabelos raspados ou participar de brincadeiras vexaminosas (mas que, por serem tradicionais, não são enquadradas como trote violento).
Todos os anos, ao ver grupos de calouros sendo levados pintados, sujos, amarrados ou em "elefantinho" pelos veteranos da Unicamp, não há como não recordar o texto de Theodor Adorno, "Educação após Auschwitz", que já alertava que a união de tradição com a modernidade resulta na barbárie."
Contudo, a violência está já no próprio desmerecimento à pessoa -posta em situação de inferioridade, por ser "bicho". É ilusão imaginar que um jovem de 18 ou 20 anos, em um local desconhecido e cercado de veteranos gritando e pulando feito primatas, não irá consentir com o trote, por mais que não queira ter os cabelos raspados ou participar de brincadeiras vexaminosas (mas que, por serem tradicionais, não são enquadradas como trote violento).
Todos os anos, ao ver grupos de calouros sendo levados pintados, sujos, amarrados ou em "elefantinho" pelos veteranos da Unicamp, não há como não recordar o texto de Theodor Adorno, "Educação após Auschwitz", que já alertava que a união de tradição com a modernidade resulta na barbárie."
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