Prescindir de adjetivos num texto – não necessariamente escrito –, sem que esse texto se empobreça é uma difícil técnica, que poucos alcançam, até porque é pouco estimulada – vide a supervalorização da encheção de lingüiça. Não falo em abolir os adjetivos, mas utilizá-los o mínimo possível, apenas quando necessários. Dalton Trevisan é a grande referência nesse estilo.
Por favor, não seja precipitado, ó leitor, em achar que sou contra o uso de adjetivos. Não! Acho que seu uso é importantíssimo para tornar o texto mais leve fluido agradável. O problema é quando são mal empregados ou utilizados em excesso – o que costuma representar a maioria dos casos.
Da minha parte, tento me controlar: sei que se eu soltar a pena, minha descrições acabam por tornar o texto longo piegas choroso cansativo, em suma, chato. Outros momentos, em meus textos opinativos-políticos, peso bem a adjetivação porque sei que, a depender do termo usado, todo o argumento fica obnubilado por uma provocação que torna uma possível discussão em garantida rinha. Diga-se de passagem, esse é um expediente usado por jornalistas para se passarem por vítimas quando já não possuem muito o que falar – Clóvis Rossi, da Folha, me parece o melhor exemplo.
O Rossi, definitivamente, não é alguém em quem me espelho. Porém anda difícil, nestes últimos tempos, maneirar nos adjetivos em meus textos – boçal, idiota, trouxa, palhaço, e por aí vai. Atribuo isso ao meu corrente mau humor, o qual creio ter como uma das causas principais as eleições – essa grande farsa da pseudo-democracia brasileira. Daí minha grande torcida para que amanhã as eleições se resolvam em primeiro turno, todas elas, para encerrar logo essa nossa longa agonia (apesar de curta no tempo), visto que política mesmo, debate de verdade, isso não houve nem haverá.
E já peço desculpas à leitora se meu mau humor persistir uma semana mais: sinal que a justiça eleitoral resolveu me complicar a vida na hora de justificar minha deliberada ausência do meu sagrado dever de votar. Ou que talvez não fossem só as eleições quem pisassem em meus calos.
Pato Branco, 02 de outubro de 2010.
Por favor, não seja precipitado, ó leitor, em achar que sou contra o uso de adjetivos. Não! Acho que seu uso é importantíssimo para tornar o texto mais leve fluido agradável. O problema é quando são mal empregados ou utilizados em excesso – o que costuma representar a maioria dos casos.
Da minha parte, tento me controlar: sei que se eu soltar a pena, minha descrições acabam por tornar o texto longo piegas choroso cansativo, em suma, chato. Outros momentos, em meus textos opinativos-políticos, peso bem a adjetivação porque sei que, a depender do termo usado, todo o argumento fica obnubilado por uma provocação que torna uma possível discussão em garantida rinha. Diga-se de passagem, esse é um expediente usado por jornalistas para se passarem por vítimas quando já não possuem muito o que falar – Clóvis Rossi, da Folha, me parece o melhor exemplo.
O Rossi, definitivamente, não é alguém em quem me espelho. Porém anda difícil, nestes últimos tempos, maneirar nos adjetivos em meus textos – boçal, idiota, trouxa, palhaço, e por aí vai. Atribuo isso ao meu corrente mau humor, o qual creio ter como uma das causas principais as eleições – essa grande farsa da pseudo-democracia brasileira. Daí minha grande torcida para que amanhã as eleições se resolvam em primeiro turno, todas elas, para encerrar logo essa nossa longa agonia (apesar de curta no tempo), visto que política mesmo, debate de verdade, isso não houve nem haverá.
E já peço desculpas à leitora se meu mau humor persistir uma semana mais: sinal que a justiça eleitoral resolveu me complicar a vida na hora de justificar minha deliberada ausência do meu sagrado dever de votar. Ou que talvez não fossem só as eleições quem pisassem em meus calos.
Pato Branco, 02 de outubro de 2010.
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